Será possível uma notação de um texto que não dê acesso ao referente? A partir de que momento um texto deixa de ser texto? Para pensar nestas questões torna-se importante explorar e definir um espectro entre as formas abstratas e concretas de um texto, tentando definir o que é o texto. Um texto pode ser tinta em papel, luz numa matriz de pixels, caracteres, palavras, frases, parágrafos, voz, entre outros. Poderia estar a numerar as várias possibilidades de existência de texto, mas talvez seja importante especular uma posição para cada uma destas iterações de texto no espectro concreto-abstracto.
Tendo em conta a comunicação através de sistemas digitais, será discutido o projecto de criação de um corpo de trabalho construído a partir de notações de texto em que atribuem predominância à forma em detrimento do acesso ao referente.
Marcelo Reis apresentará o seu processo de notações que partem de transcodificações de caracteres do alfabeto latino para ASCII e código binário para traços numa linha ou batidas de som por segmentos de tempo definidos. Posteriormente, a notação parte de uma transcodificação que tem em conta morfemas, trabalhando assim diretamente na unidade mínima de significado das palavras.
24.10.2024, 16h, Online
Moderação: Camila Mangueira, investigadora integrada do i2ADS